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domesticidades e contra-domesticidades:

crônicas e cacarecos de vidas confinadas

Esta pesquisa tem como objetivo elencar novas formas de compreender a produção do espaço doméstico, tanto pela materialidade quanto pela linguagem que a descreve, a partir de reflexões e narrativas construídas sobre a casa no período de isolamento durante a pandemia de COVID-19 entre os anos de 2020 e 2023. Parte-se do pressuposto que, na quarentena,  as noções de privado e público tornaram-se ainda mais ambivalentes, na medida em que atividades previamente realizadas fora de casa foram concentradas do lado de dentro para uma grande parcela da população mundial. Houve, assim, com o auxílio de algumas tecnologias, uma invasão maior do digital no mundo físico, e, consequentemente, uma hibridação das vivências espaciais, borrando os limites já turvos entre trabalho, estudo e lazer. Muitas crônicas foram escritas sobre o cotidiano dessa casa híbrida, e  será a partir delas que este trabalho pretende pôr em suspenso esse momento e analisá-lo com mais cuidado, investigando como o ato de narrar pode trazer à arquitetura maneiras diferentes de compreensão do espaço. A escrita desta pesquisa será também sob a forma de crônica, tendo a casa e as domesticidades do confinamento como fio condutor,  seguindo os rastros das formas de ocupar o lugar que antes possuía a conotação principal de refúgio, mas se tornou muitas outras coisas: um híbrido, uma casa ciborgue.

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trabalhos completos publicados em anais de congressos

FARIA, Paula Lemos Vilaça. Do humans dream of android houses? Science fiction architecture as a symbol of rise and fall of Modernism. In: Congreso SIGraDi 2020, 2020, Medellín. Blucher Design Proceedings. São Paulo: Editora Blucher, 2020. ISSN : 2318-6968. p. 713-719. DOI: 10.5151/sigradi2020-98

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This research project is about valuing the interdisciplinarity of architecture, using sources from different areas, from fiction and from the imaginary, but which are consistent with the discussions of production and criticism of current architecture. The article is based on the analysis of two short stories, one by the author Ray Bradbury and the other by the author PhilipK. Dick as guiding the parallels made with the historiographic theoretical field and the current context, in order to relate the themes and leave gaps for future discussions and possible future alternatives through architecture.

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FARIA, Paula Lemos Vilaça. A casa como substantivo feminino: atividades de manutenção e perspectivas futuristas. Anais do 7º Congresso Internacional de Arte, Ciência e Tecnologia e Seminário de Artes Digitais. 1. ed. Belo Horizonte: EdUEMG, 2022. ISSN: 2674-7847. p. 186-195. DOI: 10.5281/zenodo.7489770

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Este trabalho se propõe a fazer uma análise das atividades de manutenção no espaço doméstico sob a perspectiva de gênero, a partir de obras de arte em diferentes suportes das artistas Clemencia Lucena (pintura), Mierle Laderman Ukeles (performance/videoarte), Letícia Parente (performance/videoarte) e María Luisa Bemberg (performance/videoarte). A breve análise das obras escolhidas de cada artista é transposta para a realidade contemporânea em um paralelo entre o trabalho do cuidado e a sua relação com alguns itens tecnológicos, investigando sua generificação tendendo para dispositivos feminilizados, reforçando padrões sociais de gênero, bem como perspectivas de futuro e seu papel nessas atividades dentro do espaço da casa.

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FARIA, Paula L. V. Para além da cerca branca: a mulher no subúrbio estadunidense em duas obras distópicas de ficção. In: CONGRESSO INTERNACIONAL DE ARTE, CIÊNCIA E TECNOLOGIA e SEMINÁRIO DE ARTES DIGITAIS, 8, 2023, Belo Horizonte. Anais do 8º Congresso Internacional de Arte, Ciência e Tecnologia e Seminário de Artes Digitais 2023. Belo Horizonte: Labfront/UEMG, 2023. ISSN: 2674-7847. p.1-12. ​DOI 10.5281/zenodo.10431673

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Este artigo tem como objetivo fazer aproximações entre as narrativas de duas obras ficcionais, o livro O coração é o último a morrer (2015), da escritora canadense Margaret Atwood, e o filme Não se preocupe, querida (2022), dirigido por Olivia Wilde e com roteiro de Katie Silberman. Ambas possuem como cenário a espacialidade dos subúrbios dos EUA na década de 1950, e discutem algumas questões de gênero. O trabalho se propõe a fazer um breve panorama dos dois objetos e   analisa como essas discussões se dão nessas obras juntamente com a reflexão sobre o modo de vida da sociedade capitalista e sua espetacularização de acordo com a época escolhida para as narrativas se enquadrarem e o contexto contemporâneo em que foram publicadas. Assim, são apontadas algumas questões que permeiam uma espécie de crise de representação de um imaginário comumente representado em histórias distópicas de ficção.

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trabalhos completos publicados em periódicos

FARIA, P. L. V. Máquinas companheiras: Tecnologias para o cuidado, autonomia e interdependência. Revista da UFMG, Belo Horizonte, v. 30, n. fluxo contínuo,
2023. DOI: 10.35699/2965-6931.2023.46904. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/revistadaufmg/article/view/46904.. Acesso em: 26 jan. 2024.

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Este ensaio pretende organizar e debater algumas ideias em torno do uso de tecnologias dentro do espaço doméstico como ferramentas no trabalho de cuidado. A partir da delimitação desse termo e suas latências a partir da pandemia de COVID-19, aqui se discute como essas “máquinas companheiras” têm sido assimiladas para trazer autonomia e acessibilidade para idosos e pessoas com deficiência, bem como o significado desses dois termos no contexto da sociedade capitalista em que essas tecnologias se inserem. Colocando em foco principalmente os recursos que utilizam inteligência artificial, é trazido para a discussão a forma como elas são concebidas e sua relação com o usuário/consumidor final, suspendendo a assimilação rápida desses recursos e propondo uma hesitação para se pensar a respeito de suas ambivalências.

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